Por: ALBERTO COUTO FILHO
Comentarei, aqui, sobre uma mensagem, no “O Rosto do Brasil”, primoroso blog editado pelo, não menos primoroso, escritor Samuel Silva Santos. Seu título, assaz instigante e curioso: “Fazer de fato ou fazer de conta que...eis a questão”
Com um tipo de esquivança, simpática e agradavelmente matreira, meus amigos: o ilustre pastor Guedes, que reproduziu no seu blog aquela mensagem e o comentário da Rô, nossa doce “maninha”, instaram-me a comentar, como que, arrostando meus conhecimentos; fustigando meu donaire, meus brios.
Disse aquela encantadora editora do blog “Mulheres Sábias”:
“Lembrei-me do meu querido irmão Alberto. Em certa ocasião ele disse:
Hoje vivemos a fase do “faz de conta”. Assim tenho decorado o que, em tempos idos, extrai de um artigo, conto ou ilustração – confesso não me lembrar mais. Modifiquei algo, mas o mérito do autor é incontestável.
Ø Profissionais fazem de conta que são competentes; nossos governantes, cinica e demagogicamente, fazem de conta que se preocupam com o povo, enquanto que o povo, coitado, faz de conta que acredita neles;
Ø Pais fazem de conta que educam seus filhos; professores e mestres desqualificados, fazem de conta que ensinam, enquanto que seus alunos, sem alternativas, fazem de conta que aprendem;
Ø Homens fazem de conta que são probos, honrados, honestos; líderes evangélicos, mormente pastores, fazem de conta que são ungidos de Deus, enquanto que membros das suas igrejas, iludidos, fazem de conta que acreditam neles: que têm fé e que crêem em Deus;
Ø Enfermos e doentes fazem de conta que têm saúde para dar e vender; criminosos de alta periculosidade fazem de conta que são dignos e honrados, enquanto a justiça, naturalmente “cegueta”, faz de conta que age com imparcialidade em julgamentos.
Só o Evangelho de Cristo não é um “faz de conta”.
Ao que disse o querido Guedes:
Rô,
Bem lembrado. Sabe que eu nem tinha lembrado daquele texto do Alberto? Rsrsrsrsrs
Bom seria se o Alberto entrasse aqui para comentar e derramasse toda a sua sabedoria para nossa edificação.
Desafio aceito! Entretanto, vou fazê-lo, mas “sem essa” (tenção) de derramar sabedoria sobre um “panelão” já transbordando deste suculento pitéu que nos serve aquele “Chief literary kitchen” que, também se identifica como um livre pensador, por isso eu farei tábua rasa do que me foi proposto.
“Assaisonnement”, “saveur”; o tempero picante de um humor inteligente, conferiu àquela deliciosa iguaria um sabor tipo “quero mais”, inda que o termo livre pensador me levasse, de chofre, às plagas do racionalismo, do agnosticismo e, até mesmo, do ateísmo, todavia foi só um susto – no arquivo do blog pode-se constatar o respeito, o seu temor a Deus. Os dizeres do seu perfil, no Blogger, nos tranquiliza:
“Sou uma pessoa que pretende passar por esta, dizendo que Deus é maravilhoso, e que, sem Ele, nós não somos nada”.
No entanto, perguntado se o Samuel aceitaria ou admitiria qualquer outra crença ou religião, cujas doutrinas estivessem de conformidade com a sua razão, por dizer-se um livre pensador, eu não saberia responder. Por outro lado, não lobriguei, em suas mensagens, qualquer coisa que venha a invalidar a fé ou a revelação.
Vejo o sábio Samuel como um vendedor ambulante e, “macacos me lambam”, se não é um sofista. Seu blog mostra seu desusado interesse por nós, humanos, e nossos relacionamentos. Adivinhem o que ele está vendendo, com a sua “ironia socrática”? Sabem o que é? A destruição do saber de “mentirinha”. Os “fazedores de conta” estão, em nossos dias, por aqui e por ali, bagunçando tudo – é uma lambança só!
Um sábio catarinense, da minha estima e apreço, pastor em Joinville, observou:
“”O mundo do “faz de conta” me faz lembrar das obras de Lobato, lidas na minha infância, onde para se transportar do mundo real (fazer de fato) para o do “faz de conta” bastava usar o pó do piripilim e tudo era resolvido.
Parece que tal pó se evidencia assustadoramente em nossos dias. O pó maquiador da religiosidade aparente, da espiritualidade hipócrita e farisaica e, por ai vai””.
E que não venham os de Platão, de plantão (que confusão!), nos entisicar. Alguma dúvida?
Considero-me um artófago espiritual por preferir, sempre, o Pão da Vida, a qualquer outro alimento, e, por isso; por crer em Deus, não sinto fome nem sede (Jo 6:35), porem nada me impede de saborear o apetitoso manjar servido por aquele escritor, nem mesmo o fato dele não incluir filósofos e livres pensadores na lista dos que vivem “fazendo de conta” (eu os chamo de capacitados não-escolhidos) imunizando-os, e a ele próprio; fazendo-os refratários àquele mal. Será que ele esqueceu ou “fez de conta que”? rsrsrs
Samuel S Santos tem a mestria no uso dos petrechos filo/culinários...e tem mais e, além do mais, nos convidou à mesa, nós os “fazedores de fato” e, antiteticamente, àqueles nossos antípodas, os consabidos “fazedores de conta”.
Seriam estes “fazedores de conta” os “lambanceiros” apontados pelo augusto Carpintero em mensagem recente? Seriam aqueles lobos que, segundo o querido Gualter Guedes, “fazem de conta que” são pastores? Seriam estes, fanfarrões em seus desvanecimentos impróprios, e até mentirosos, os pusilânimes que “fazem de conta que” são valentes? Se assim é; assim foi e há de ser, pois não existe o inusitado debaixo do sol; tudo é vaidade (Ec 1:9), disse o Pregador, no seu “déjà vu” em Eclesiastes; tudo é vaidade, inclusive a fanfarrice, a ufania, a ostentação.
Essas lambanças e bazófias, que pululam pela blogosfera, nos remetem a Sócrates (samuelbuel op.cit.) por lembrar os “fazedores de conta que” dizem e escrevem sobre alguma coisa. Lembram, do mesmo modo, outros hipócritas que, vazios de retórica e de pensamentos originais, sem absolutamente nada ou alguma coisa a dizer, valem-se da sinonímia para, copiosamente, e de forma papagaial, repetirem os escritos daqueles coleguinhas mais chegados. Vocês já viram a baldada extensão de seus textos e a tremenda algazarra que eles fazem, citando trechos de livros de autores estrangeiros para corroborar o que copiam?
Platão os esculacha, desmoraliza e chama a atenção para a sua parvoíce, quando diz que “o sábio fala porque tem alguma coisa a dizer; o tolo porque tem que dizer alguma coisa”. Alguma dúvida?
Lá pelos idos de 62-64 d.C. existiam muitos desses caras em Éfeso. Um certo missionário independente, um magricela fazedor de tendas, e presidiário em várias ocasiões, foi signatário de uma carta a um jovem colaborador, em que as lambanças daqueles tais eram mencionadas. Eis um pequeno trecho dessa correspondência: Timóteo tenha cuidado com esses que “fazem de conta” (pretendem passar por) ser mestres da lei; que não compreendem patavina do que dizem, nem dos assuntos sobre os quais fazem presunçosas afirmações. (1Tm 1:7)
Creio que não só eu, mas todos os “fazedores de fato”, não apenas da obra do Senhor, deveriam aceitar o convite para aquele banquete de sabedoria, participando; comentando, nem que seja para dizer: Valeu Samuel! E, por favor, não para dizer: Passei por aqui; Adorei seu texto; Tô te seguindo: Visite o meu blog...e coisas assim.
Somos nós, gente! Homens que, segundo o sofista Protágoras são “a medida de todas as coisas”! Aqueles lembrados pelo Samuel que, neste mundo, se esforçam, esperançosa e denodadamente, para lograr uma sociedade mais justa e mais feliz, por isso, o convite dele é extensivo, também, aos ímpios, desde que “fazedores de fato”.Contudo, meus leitores precisam aprender, como eu aprendi, a identificar a guloseima publicada, inserta na mensagem – pode crer, não e difícil.
Há uma diferença fundamental entre a Ciência e a Filosofia. A Filosofia, sempre, sempre, tem necessidade de uma história anterior, mesmo se mal contada. Um filósofo sempre estará acrescentado “algo mais” ao que outro filósofo já descobriu “faz tempo”.
Vejam que o nosso amado Samuel inicia seus ditos filosóficos citando a eterna discussão entre o “ideativo”, aquilo que temos a idéia de que seja, e o “empírico”, qualquer coisa que estamos “carecas” de ver e experimentar, sem que “esquentemos” sobre qual teoria possa estar baseada.
Havia filósofos, muito lá atrás, jurando “de pé junto” que o nosso Deus, por ser imutável, eterno, perfeito e autêntico, era um ser metafísico, i.é, qualquer coisa baseada em uma teoria abstrata, por eles denominada “metafísica”. Os caras diziam que a matéria era tudo aquilo que contrasta com o metafísico,“fazendo de conta que” sabiam tudo,
Destarte, vou "fazer de conta que" a Filosofia não é considerada como um saber racional radical, que incide sobre a realidade, procurando ultimar sua explicação, o que às vezes consegue; outras vezes, apenas aguça o nosso desejo de compreendê-la – ela, a realidade (eu assumo o cacófato e o cacografismo).
Ai sim, o "bicho pega". Alguma dúvida?
“Comme il faut”, antes que o mal cresça, deixem-me cortar sua cabeça:
Sou um diletante, sim – escrevo e comento não por obrigação, mas porque gosto – e agora?
No entanto, filodoxo, não! Não sou muito de me apegar ao que penso ou ao que opino – opiniões vêm; opiniões vão. Sou do tipo: falei, tá falado e pronto! Quer saber? Se isto é ser pragmático, não sei e nem me interessa saber! Esse negócio de discutir pragmatismo, sinceramente, haja paciência! Só Jó!
O meu diletantismo intelectual não está ou estará, aqui, abordando um problema de ordem ou cunho filosófico – não entraria numa dessa! Sócrates me ensinou que “sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância”. Meu negócio é: “Pão, pão, queijo, queijo” – isto é um tanto paradoxal, quando demonstro ser o “Seu explicadinho”, não acham?
Sabem o que fiz para enxergar a necessidade de aceitar esta autêntica afronta ao meu pundonor? Troquei idéias com Aristóteles de Estagira o meu quase conterrâneo, aquele conhecido **parricida, o “Pai da Lógica” (fomos discípulos de Platão – rsrsrs),
Obs.: O **parricídio é simplesmente uma imagem.
O progresso visível da linha de pensamento de Platão, coincidência apenas, ocorreu após o assassínio de um longevo senhor chamado Parmênides - não sei se “pai” de alguém ou de alguma coisa.
A lógica, que alguns ensinam fazer parte da Filosofia, é a ferramenta básica do raciocínio. Se você não a usa, jamais “fará de fato” – certamente estará sempre “fazendo de conta”.
Aristóteles foi o cara que superou seu mestre Platão em, praticamente, todos os campos de ação da filosofia. Eu também superei meu pai em todos os âmbitos da escrita, mas assevero, diante de Deus e dos homens, com muita honra e orgulho: Alberto Couto foi o melhor pai do mundo!
Depois, consultei minha “artinha”, um tipo de manual agerato onde tenho coligidos, primícias de noções e princípios rudimentares, granjeados do **Dr. Alberto Couto** , e instruções adquiridas à **Dra. Arlette** (“fazedores de fato”). Os ensinos daquele homem e a instrução recebida daquela mulher são, até hoje, o diadema de graça para a minha cabeça e colares, para o meu pescoço. (Pv 1:8,9)
Tenho-os juntamente com ensinos sobre o sentido usual e comum das palavras, muitas figuras retóricas e hebraísmos – sou fascinado pela hermenêutica!
**Dra. Arlette M. Couto – telefonista de “mão cheia”. Fez doutorado na antiga CTB.
**Dr. Alberto Couto – bombeiro-eletricista, “expert” no manuseio das ferramentas do seu mister; Doutor “Honoris causa”; mestrado, doutorado, Phd em amor fraternal
Nota: Ambos fizeram o mestrado no Instituto “VIDA”. Alguma dúvida?
Salomão, biblicamente, um “fazedor de fato”, com quem gostaria de ter jogado bolas de gude ou soltado pipas (sem cerol), orientando-nos sobre a literatura sapiencial da Bíblia, disse-nos que, para crescermos em prudência e adquirirmos habilidade, teríamos de ouvir, e não “fazer de conta que” ouvimos, não só os sábios, mas também os instruídos – condição “sine qua non”, entenderíamos provérbios e parábolas, as palavras e enigmas dos sábios (Pv 1:5,6)
Não queiram saber como tinha filósofos “fazedores de conta” na Idade Média. O amado Samuel não pode “fazer de conta que” não sabia disto.
Não existia, realmente, uma corrente filosófica, uma Filosofia, e todo o mundo dava palpites, opiniões; criavam teorias e doutrinas. Vivia-se a era da “Escolástica”.
Mas não é isso o que ocorre com alguns hodiernos blogueiros cristãos “fazedores de conta”?
Não estariam esses, intransigentes e dogmáticos vivendo, ainda, o “tomismo” da filosofia medieval, alheios ao que significa este conjunto de doutrinas? Diriam esses: E nós com isso? Por acaso somos tomistas escolásticos?
Vez por outra, deparo-me, na blogosfera, com artigos e comentários não muito inteligíveis, mal acochambrados, redigidos por gente que parece apenas viver naquele seu mundinho sensível (eikasia), parecendo não conviver no mundo inteligível (diánoia), onde reside a realidade, segundo Platão, no mundo das idéias.
Na “Alegoria da Caverna” a gente encontra uma melhor explicação para o Zezinho, o filho do Cabeção (apud Samuel), o dito Platão. Ela está contida no livro VII da Republica de autoria do Zezinho, digo, Platão.
Parece que aqueles artigos e comentários baseiam-se na compreensão do que é mutável, não funcional e que não são objetos de conhecimento - é gente palpiteira, intrigante, mexeriqueira, tipificando os loucos que desprezam a sabedoria e o conhecimento de (Pv 1:7b), querendo conciliar a fé com a razão, sem ter “bala na agulha” para tanto. Alguma dúvida?.
Meu apetite foi, finalmente, saciado depois que fui da filosofia antiga à contemporânea. Fui de Mileto a Marx, passando por Bacon (Hummmmm!). É deste último a frase: “A leitura traz ao homem plenitude, o discurso segurança e a escrita exatidão”.
Banquetei-me, postando este longo comentário sobre a interessante mensagem do escritor Samuel Buel.
De Descartes a Adam Shmit, pintei e bordei, “fazendo de conta que” aprendi alguma coisa. Com o primeiro, “fiz de conta que” aprendia sobre o tal plano cartesiano, as coordenadas de um ponto e aquele “troço” complicado que é a Geometria Analítica.
Ordenadas e abscissas, posteriormente, levaram Smth (e eu também) ao encontro do economicamente perseguido “Break Even Point”, o ponto de equilíbrio (PE) a ser alcançado e superado por empresários. Foi então que “fiz de conta que” aprendi um pouco de Economia.
Pergunto ao Samuel: Já pensou a vergonha de Montesquieu, aquele célebre “iluminista”, diante do “faz de conta” dos nossos atuais governantes? Do faz de conta dos nossos legisladores?
Alguém pode imaginar a cara daquele “monista” de Eléia se ouvisse o “Terra Nova”, no seu arrogante panteísmo, como um monista absolutista, “fazendo de conta” (dizendo ser) que é Deus, depois de consagrar-se Patriarca?
É isso gente, sou um servo “estóico”, ligadão no nosso Deus, que é a razão de ser da minha vida – estou mais para Lucano do que para Sêneca, mas lutando sempre, mui forte de ânimo, para “fazer de fato” a obra do Senhor. É ele que me faz impassível e imperturbável diante das tribulações.
Semelhantemente a Justino, tive o meu encontro com o Ancião-Verdade há mais de 20 anos. De lá para cá, faço de fato a Sua vontade.
Enquanto eu, como homem, esgoto-me eticamente, filósofos brasileiros e estrangeiros, estão se reunindo para fazer reflexões sobre o “niilismo” que, por definição, é o encontro do vazio com o nada. Isto é fazer de fato ou fazer de conta que”?
Por esta e por muitas outras razões, vou ficando com o moderno Voltaire, quanto à intolerância e a prepotência daqueles que têm o poder, citando a conhecida frase: "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las" – Isto é “fazer de fato”.
...E como se discute paternidade em filosofia! Mileto, Aristóteles, Descartes, Gaon, etc – é muito pai, variando em importância em razão de fases e sujeitos a mutações e sombras!
Conhecemos um, entretanto, que faz vir, lá do alto, toda a boa dádiva e todo dom perfeito. NEle não existem variações nem sombras de mudança -- Ele é o autor da luz, O PAI DAS LUZES (Tg 1:17), aquele Deus Pai, que sempre “fez, faz e, eternamente, fará de fato” .
O Pai das Luzes é o Alfa e o Ômega, o Deus que é, que era e que há de vir, Senhor de todos nós no passado, presente e futuro, o Todo-Poderoso (Ap 1:8) – Só Ele pode garantir Seus propósitos na restauração da criação, conforme o relato na carta de Paulo aos Romanos (8:18-25). Alguma dúvida?
Alberto Couto Filho – (Alberto “Culto”)
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Ps – (Alberto “Culto”) – Pseudônimo, de extremo mau gosto, a mim conferido por um pseudocrístão, blogueiro mangrado, paramentado de singular aversão espontânea e intuitiva e acometido do mal contagioso da pseudofilosofia que, comumente engacefera (enche de gafeira) a meã classe, conforme Antonio Feliciano de Carvalho na obra “O Presbiterio da Montanha”.