Adaptação
Alberto
Couto Filho
CRER
é a nossa melhor opção
Durante
um cruzeiro que fazia em um transatlântico, sempre às refeições no restaurante
do navio, uma jovem buscava assento numa posição em que pudesse admirar um
atraente rapaz que desde o início da viagem lhe chamara a atenção.
O
jovem, sentindo-se notado, viu-se encorajado para aproximar-se.
Permita-me,
disse o rapaz já à mesa da jovem: Pode ser que eu esteja imaginando coisas, mas
tenho a sensação de que a senhorita vem olhando para mim por todos esses dias
do cruzeiro. Isto é fato? Há algo errado comigo?
Encabulada,
respondeu-lhe: Não, não há nada errado com você. É que observo haver uma
semelhança muito grande ente você e o meu primeiro marido.
O
rapaz, curioso, perguntou-lhe: Quantas vezes, então, se casou, considerando ser
tão jovem?
Sorridente,
a jovem disse: “Na verdade nenhuma, pelo menos até o presente momento”.
OS
ISRAELITAS OPTARAM POR CRER
O
que impulsionou aquela jovem à ação? Evidentemente a sua fé.
Quando
homens e mulheres são desafiados biblicamente a crerem em Jesus Cristo como seu
Salvador pessoal, tem-se um forte apelo para uma fé que satisfaça o intelecto,
as emoções e a vontade e, para que ela se
complete, é necessário optar e agir de acordo com a escolha feita.
Não
foi isto que aconteceu com aquela jovem?
Ela
fez várias observações e aprendeu sobre o rapaz para depois, oportunamente,
partir para a ação.
Então,
se devo exercitar minha fé em Jesus como meu Salvador, meu intelecto deve
crer nas narrativas e fatos do Evangelho, enquanto minhas emoções precisam
reagir denotando amor e gratidão e minha vontade estará
optando por receber o dom da Vida Eterna oferecido pelo Altíssimo.
“Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito para todo o que
nEle crê não pereça, mas tenha a Vida Eterna” (Jo 3:16)
Ao
acionar a minha vontade eu posso admitir a prática de três
ações:
A decisão, o acatamento e a reação.
Lembram
Elias? Ele demonstrou toda a sua frustração diante da indecisão dos
israelitas quanto a adorar ao nosso Deus ou a Baal, dizendo-lhes: “Até
quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e é Baal,
segui-o” (1Rs 28:21)
Após
a constatação da total impotência de Baal diante do poder de Deus, os
israelitas se decidiram pelo Senhor dos Exércitos.
O
que devo concluir?
Tenho
como conclusivo que a decisão é a ação da vontade, em resposta às
informações colhidas e avaliadas pelas nossas mentes.
FÉ
– A EXPRESSÃO DA NOSSA VONTADE
Minha decisão de aceitar
Jesus; de reconhecê-lo como meu único Salvador aponta para dois lados atinentes
a esta decisão: O acatamento à verdade
contida nas Escrituras, enquanto que a minha reação é o lado ativo
desta minha decisão.
Parece
confuso, mas e fácil observarmos que Deus, desde a morte do Seu Filho
unigênito, vem nos oferecendo o perdão dos nossos pecados e o inefável dom da
Vida Eterna.
Quando
chegamos à decisão de crermos em
Seu nome; que o Evangelho é a Verdade Absoluta e que nos apraz partilhar de
todos os seus benefícios, sentimos que todas as barreiras que encontramos para
vencer serão removidas e que o Criador nos concederá o dom da Vida Eterna.
No
Evangelho de João aprendemos que os seres humanos decaídos não são filhos de
Deus por natureza; este é um privilegio só daqueles que têm fé, uma fé gerada
neles pela soberana ação de Deus.
Portanto,
no instante em que a fé se instala a minha vontade não acata
simplesmente o dom de Deus – ela apresenta uma reação a esse dom. De
imediato, a minha vontade mostra-se grata – “Graças a Deus pelo Seu
dom inefável (2Co 9:15) e, de forma progressiva, demonstro esta
minha vontade, respondendo com a realização de boas obras – “...eu e
minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24:15)
É
dessa forma que, finalmente, a fé que se iniciou em minha mente renovada e em
meu coração regenerado, irá se expressar na prática das minhas ações, segundo a
minha vontade.
Sentindo para CRER
Ao negociar com um fotógrafo, de nome Temístocles, um jovem
estudante, solicitou várias cópias de um retrato de sua namorada. Ele tinha a
intenção de espalhar a foto por vários espaços da sua casa – estava
aparentemente apaixonado.
O
fotógrafo, ao manusear a fotografia, não pode deixar de ler a inscrição no
verso: “Meu adorado José, te amo de todo o meu coração. Meu amor por ti aumenta
dia a dia. Eu te amarei para todo o sempre e por toda a eternidade serei sempre
sua”. Sob a assinatura da jovem havia um “post scriptum”: “Se algum
dia nós terminarmos, gostaria de ter esta foto de volta”.
Podemos
depreender que o compromisso emocional da signatária com José não era o que
precisava ser.
Podemos
ser enganados à primeira vista, mas é perceptível que o coração daquela moça
não estava totalmente nele.
FÉ
– A SATISFAÇÃO DE NECESSIDADES EMOCIONAIS
Em
torno de 58/68 d.C, no Evangelho de Mateus (22:37) Jesus
Cristo citou o texto do livro Deuteronômio (6:5) escrito por
volta de 621 a.C, quando questionado sobre o maior mandamento do Antigo
Testamento: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,
de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”.
Aquela
resposta identificou claramente o compromisso emocional, o amor,
como a única reação que precisamos ter em
relação a Deus. O amor era entendido, na lei do Antigo Testamento, inicialmente
como a primeira função do coração; depois uma função de toda a personalidade e,
finalmente uma função da mente humana.
Aquela
expressão “de
todo o coração”
leva-nos a entender que Jesus estava expressando o tipo de amor que precisamos
ter pelo Supremo Deus – “de todo o coração” inspira lealdade.
No
caso acima, observamos que aquilo que faltava ao amor da jovem pelo seu
apaixonado Temístocles, era exatamente a lealdade. Nossas emoções
somente serão atingidas apropriadamente, quando nossa fé em Cristo Jesus como
nosso único e suficiente Salvador for: “de todo o coração” em toda a sua
extensão e leal em sua intensidade.
A
fé também satisfaz certas necessidades emocionais primárias em dimensão
emocional apropriada. A fé em Jesus produz um profundo sentido de paz com Deus,
pois Jesus mesmo disse: “Não se turbe o vosso coração; credes em
Deus, crede também em mim ...... Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (Jô
14:1,27).
A
paz (shalom) referida pelo Senhor Jesus é a que encerra a
inteireza pessoal com harmonia perfeita em todas as áreas de nossas vidas. A fé “de todo o coração” é a única que
nos leva a este tipo de paz.
FÉ
“COM TODO O CORAÇÃO” – EMOÇÕES SATISFEITAS
A
fé “com
todo o coração” leva-nos
à alegria, como podemos ler no incentivo à oração com fé, dado por
Jesus a seus discípulos: “Até agora nada tendes pedido em meu nome;
pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa” (Jô
15:24).
A
alegria é mais do que um sentimento efêmero e passageiro. A palavra grega para
alegria é relacionada com a palavra graça. As idéias contidas nessas palavras
são inseparáveis, quando aplicadas à fé. A alegria é um sentido
duradouro de bem-estar e satisfação baseado na graça de Deus.
Para Crer é necessário
sentir.
Isto é perceptível no desafio que a Bíblia faz a homens e mulheres para que
creiam em Jesus como Salvador pessoal.
A
Bíblia está a requerer uma fé que venha a satisfazer o intelecto, as emoções e a
vontade.
A
existência da fé não é demonstrada unicamente pela concordância com as
narrativas bíblicas ou mesmo pelo que constitui uma crença – a fé no mesmo
tempo que exige de nossas emoções ela também as satisfaz.
É
preciso pensar para CRER
Nós, seres humanos, simplificamos excessivamente, tudo o que
há de mais importante em nossas vidas Como exemplo disso registramos o
comentário de uma pessoa ao encerramento de um Seminário Teológico. Dizia ele
ao teólogo-professor:
Precisamos encarar os fatos, mestre – se enxugássemos todo o
Cristianismo teríamos como sobra única: “Ame seu próximo como a si
mesmo”. Não é esta a regra final prevalecente?
E por que esta tendência de tudo simplificar?
Estudiosos observaram que apenas 5% das pessoas pensam;
Outros 15% pensam que pensam e os 80% restantes preferem a morte no lugar de
pensar.
Um grande número de pessoas acha que nós, cristãos, somos
pessoas que deixam o cérebro nos átrios, na porta de entrada de uma igreja para
que creiamos em Jesus, mas sabemos que isto é uma inverdade.
Cristãos autênticos sabem que o Cristianismo não é: nem fé de simplificação
excessiva e nem um pensamento que não envolve críticas.
EU
PENSO; EU SINTO; EU REALIZO A OBRA, CONSEQUENTEMENTE, A MINHA FÉ ESTÁ VIVA
Ao
traduzir “The Prophecyh Study Bible” João Ferreira de Almeida expõe que:
Quando
a Bíblia desafia os homens e mulheres a crerem em Cristo como
Salvador pessoal, ela está requerendo uma fé que satisfaça o intelecto,
as emoções e a vontade. Uma fé sem razão, uma fé sem coração ou uma fé
inativa não é uma fé bíblica em Cristo. É muito mais fácil para as pessoas
dispensarem o componente racional da fé, porque suspeitam que a fé e a razão se
opõem. Muita gente “acredita” no Papai Noel, e daí por diante.”
É
inquestionável: a fé bíblica vai além da razão, mas em hipótese alguma ela
contradiz a razão, pois parte de um fundamento racional.
Um
objeto de fé deve ser em primeiro lugar digno de confiança. A tradução
permite-me um exemplo: um patinador do gelo que deposita sua fé no gelo fino da
pista, toma um banho gélido porque não examinou com apuro a evidência. Da mesma
forma, um investidor que deposita sua fé nos conselhos recebidos de um
trapaceiro irá tomar um banho não menos gelado por causa da sua confiança
irracional.
A
MINHA FÉ; A NOSSA FÉ É RACIONAL
E
a fé cristã, é racional?
Os
princípios da fé cristã podem ser avaliados de maneira significativa, para que
sejam comprovados ou refutados?
Então,
o Cristianismo emana da Bíblia que é embasada em acontecimentos históricos e
não em mitos ou lendas; Além disso, investigações arqueológicas e literárias
foram feitas em torno da Bíblia e concluiu-se que os detalhes concretos e o
ambiente cultural são fidedignos e verdadeiros.
Jesus,
sem nenhuma dúvida, foi descrito não só no Novo Testamento, como também em
inúmeras fontes seculares.
Como
evidência de que o Eterno Pai aceitou o sacrifício de Jesus pelos pecados da
humanidade, tem-se que Jesus se levantou dos mortos. Embora sobrenatural, é a
melhor explicação encontrada para justificar o túmulo vazio; É desconhecida
qualquer outra evidência verossímil para o desaparecimento do corpo de Cristo
do túmulo que fora selado e bem guardado, em que pese o interesse de
instituições políticas e religiosas em gerar descrédito quanto à ressurreição.
Concluo,
constatando que através dos séculos os ensinamentos de Cristo e de seus
discípulos forneceram o fundamento de inúmeras vidas de indivíduos e da
civilização ocidental clássica. Então, a partir das evidências bíblicas, é
racional crer em Jesus como o
meu; como o nosso único e suficiente Salvador.
ACF/RCA
10722
ADP.
ATOS