Por: Alberto Couto Filho
Enquanto me afasto, mais e mais, do pecado, vou observando o deleite de alguns dos meus amigos com o seu cometimento.
Alguns deles, eu sei, se ressentem por eu não pactuar mais com eles em certas ações e atitudes. São partidários de um tipo de cepticismo, incrédulos quanto à conversão ao cristianismo, por descrerem da graça vivificadora que o Senhor nos concede.
Outros, cuja conduta assemelha-se à daqueles falsos apóstolos em Corinto, incrédulos que se diziam crentes, embora demonstrem disposição para não viver em pecado, evitando ou, até mesmo, abstendo-se de certos vícios; procurando corrigir falhas de caráter; abandonando sestros e comportamentos moralmente questionáveis e contrários aos mandamentos do Evangelho de Cristo mas, apegados às suas próprias idéias, não aceitam Jesus como seu Salvador, único e suficiente.
A Bíblia não nos orienta a evitar qualquer associação com incrédulos, mas proíbe-nos de por em jugo desigual com esses tais, associando-nos às suas idéias, a partir do livro de Deuteronômio (22:10), quando a lei diz que não devemos lavrar com junta de boi e jumento. Moisés se referia à impraticabilidade de um peso ser arrastado por um jumento, quando deveria ser puxado por um boi.
Paulo escreve aos de Corinto para que não distorçam a vida e o ministério da igreja aliando-se, não só aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras, mas também àqueles que se dizem irmãos e que praticam iniqüidades (1 Co 5:9,10)
Infelizmente, não posso mais ter comunhão com eles – justiça e iniqüidade não se associam; Não há harmonia entre Cristo e o maligno (2 Co 6:14-16).
Tanto os céticos, quanto os incrédulos, assemelham-se àquelas larvas de borboletas - lagartas que, numa história conhecida, se arrastavam com muita dificuldade pela relva, gramíneas crescidas que obstaculizavam a sua marcha - se é que podemos chamar assim o deslocamento lento, pausado e pachorrento desse tipo de lagartas.
A história conta que se assustaram quando foram encobertas pela sombra de uma bela e brilhante borboleta que voava sobre elas. Olharam para cima e viram-na se afastar em seu vôo lépido e ligeiro.
Foi então que uma comentou com a outra:
Cruzes! Cô louca! Eu jamais voaria numa coisa daquelas! Não o faria nem por um milhão de euros!
Fico muito triste quando penso que as pessoas que citei anteriormente, tal e qual as duas lagartas da historinha, não conseguem imaginar e antever as glórias que poderão advir da transformação das suas vidas, ao experimentarem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2).
Os céticos, eternos incrédulos, descrentes, portam-se como lagartas que não admitem viver além da primeira etapa da vida de uma borboleta. Eles não querem ter suas mentes renovadas; não crêem na transformação de suas vidas; no nascer de novo quando têm transformados os seus corpos de humilhação em seus casulos, conformados que estão com os modismos contemporâneos (Fp 3:21).
Aqueles outros, como que “crentes de mentirinha”; que querem demonstrar sua intenção de não cometer aqueles pecados mais visíveis chegam, quando muito, à segunda fase, que é a metamorfose em crisálida. Esses também não acreditam que suas vidas possam ser transformadas.
As Escrituras dizem que não fomos feitos para rastejar na grama; que não fomos criados para viver eternamente como lagartas – O Senhor nos pôs por cabeça e não por cauda e só estaremos em cima e não debaixo, desde que obedeçamos aos Seus mandamentos (Dt 28:13).
Nós, que esperamos no Senhor, fomos feitos para voar ao sol, subindo com asas, como águias, bem mais próximos do Criador (Is 40:31).
Arrastar-se na grama é herança do senhor Adão e família – é decorrência do pecado humano, fruto da sedução de satanás, lá no jardim do Éden.
Viver em pecado (ser pecador) é como ter um “saldo devedor” na conta bancária no Banco da Justiça Celestial e não ter nada (recursos ou boas obras) para cobrir o “furo”. Este “nada ter” , pode parecer um paradoxo, mas é o ganho de todos os que buscam entesourar-se aqui na terra.
Por mais que você acumule bens materiais; realize algo bom ou pratique uma boa ação, você não ficará com saldo credor, pois não tem nada para depositar naquela sua conta, naquele Banco – seu coração não é servidor; ainda é original, conduzido pelo poder, pelo reconhecimento e pela avareza. O pior de tudo é morrer e ter de liquidar o débito que você tem com aquele Banco.
Pera aí! Mas por que morrer sem quitar esse débito aqui na terra, se o Banco da Justiça Celestial tem uma linha de crédito de justiça, disponibilizada e jamais contingenciada para a sua liquidação?
O Presidente do Banco disponibiliza recursos, de um “funding” de Justiça administrado pelo maior correntista e, também, acionista daquela instituição celeste – o Seu próprio Filho que, além de possuir um saldo de Justiça inexaurível, é conhecido no mundo, como o maior investidor em fundos daquele “ativo”.
Todos nós, quando pecadores, temos às mãos uma proposta de crédito pré-aprovada, determinando a autorização expressa da transferência de “Fundos de Justiça” para a nossa conta devedora, quando nos tornamos correntista daquele Banco.
Ficamos perplexos quando lemos o contrato. Suas cláusulas geram desconfiança, pois elas só nos oferecem benefícios, vantagens e compensações.
Aquele que imaginar ter fundos transferidos apenas para zerar seu “saldo devedor”, na expectativa de que ele mesmo torne esse saldo credor vê, estupefato, que o crédito oferecido proporciona um saldo positivo que, além de possibilitar a realização de sonhos atuais, satisfaz as necessidades futuras do Banco com relação a Seus clientes.
Dá mesmo pra desconfiar, pois no contrato pré-aprovado está estabelecido que o Presidente do Banco outorga aos clientes que aceitarem o crédito, o direito de efetuar futuramente, com o Banco, as transações que se fizerem necessárias, usando sempre, como aval, o nome do Seu Filho.
E você sabe o que acontece, quando levamos esta proposta de crédito àqueles nossos amigos céticos? Veja o que nos dizem: Eu acho que você pirou de vez! Você acredita em Papai Noel? Estás de brincadeira! Ai tem! Tô fora!
Aqueles outros, teimosos que confiam em si mesmos, opinam dizendo que é mais prudente e até honrosa a tentativa de, por seu próprio esforço, simplesmente zerar a conta, pois vêem na proposta do Presidente do Banco algo semelhante a um ato de caridade espiritual (Jr 17:5).
Sinto-me feliz quando, liberto, sou motivado para voar como aquela borboleta, bem mais próximo do sol, por ter descoberto que no poder do Filho do Presidente do Banco Celestial posso interagir, sinergicamente, com os homens, utilizando o meu saldo de Justiça.
Todavia, não posso ocultar minha tristeza quando penso que aqueles ressentidos e teimosos que, à semelhança daquelas lagartas que se arrastam pela relva, estarão sempre olhando para cima, sem nunca compreender o mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos ao ressoar da última trombeta (1Co 15:51,52).
Adaptação – Titulo original: “Deus diz que você pode ser perfeito aos seus olhos”
“Prophecy Study Bible” – Thomas Nelson, Inc.