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terça-feira, 5 de julho de 2011

DEUS, CIÊNCIA, SICÔMOROS – O JOGO DO MISTÉRIO - PARTE II

DEUS, CIÊNCIA, SICÔMOROS O JOGO DO MISTÉRIO
Parte II

Prossigamos com o jogo.
Eis o Mistério!
O que teria levado Zaqueu, chefe dos publicanos de toda a circunvizinhança do Jordão, a subir naquele sicômoro, naquela figueira-amora (Lc 19:4), para ver Jesus passar?
ü      Seria a curiosidade despertada pela comentada cura do cego Bartimeu (Lc 18:43, Mt 8:28), ali mesmo, às portas de Jericó?
ü      Seria, realmente, a busca do preenchimento de um vazio, de uma carência espiritual do seu coração?
ü      Teria sido a perda da mão-de-obra qualificada de Levi (Mateus) filho de Alfeu (Mc 2:14; Lc 5:27), um dos seus cobradores de impostos que, prontamente, atendeu ao chamado de Jesus?
ü      Seria um possível mal-estar causado pelas exigências de Jesus, quanto à cobrança dos impostos, no batismo de arrependimento pregado por João (Jo 3:3), que estariam criando perspectivas de uma inaceitável redução dos seus ganhos escusos?
Zaqueu, pecador voluntário, enriquecera através da corrupção e, como seus agentes, coletava mais do que o tratado com os romanos, para aumentar o seu salário.

Por ser perceptívelapenas, a superação dos obstáculos encontrados para chegar até Jesus (tacanhice em todos os sentidos, a classe social, o não ser bem quisto pelos contribuintes, a multidão) depositou-se toda a idéia de uma convicção nesta parte do mistério.
Por esta razão, temos ouvido um sem número de pregações com temas específicos como: O destemor, o interesse, a coragem, a disposição, o empenho, o denodo e o sacrifício de Zaqueu, na busca da Salvação, a murmuração dos fariseus e escribas sobre o contato pessoal do Mestre com aquele pecador e o posterior arrependimento daquele “baixinho” corrupto.
Na Parte I escrevi que nossa percepção não vai além do que admitimos como palpável e objetivo. Não atentamos para a essência que se refugia na imponderabilidade do Criador e, sendo assim, não conseguimos distinguir o seu conteúdo.

Entre contradições, paradoxos e dúvidas, em meio a seitas, falsas religiões e filosofias mundanas, posso perceber hedonistas e materialistas, esquivos da fé, questionando a seriedade do Evangelho de Jesus Cristo.
Hoje, mais que nunca, as razões de ser da pregação do Evangelho precisam ser entendidas por aqueles que têm dúvidas.
Pedro em sua carta primeira orienta os forasteiros da Dispersão para “...que estejam sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós.” (1 Pe 3:15”). Então, não imaginemos que, tão somente, convinha a Jesus (Lc 19:5b) buscar o arrependimento do tacanho Zaqueu. Era preciso que o Salvador lhe demonstrasse a verdade da fé que Nele existia para que aquele publicano se tornasse um cristão.
Essa verdade, a verdade do Cristianismo, faz-nos perceber que a fé cristã se alicerça numa cosmovisão racional.
Alan Myatt, teólogo, psicólogo e historiador bíblico afirma, categoricamente, que o estudo da Apologética é necessário, até porque o Criador não professa o suicídio intelectual para que venhamos a crer. Ela, a apologética, nos ensina a defender a cosmovisão cristã.

E o mistério?
O que levou Zaqueu a subir naquela árvore para ver Jesus?
Curiosidade? Preenchimento de uma carência espiritual? Sua indignação pelos ensinamentos de Jesus aos seus agentes coletores de impostos, no batismo de João?
Mas, esperem!
Vejam como é fascinante o jogo do mistério!
Ø      Por que um sicômoro, uma figueira-amora, uma amoreira, dentre as muitas árvores conhecidas na Botânica Bíblica?
Ø      Por que aquela espécie de figueira dentre as mil espécies existentes?
Ø      Por que a figueira, dentre aquelas sete árvores que cresceriam na Terra Prometida, cujos frutos serviriam de alimento para o povo que se fartaria e louvaria a Deus pela boa terra que lhe dera? Esses alimentos são citados na exortação de Moisés para que os homens tivessem em memória, os benefícios do Senhor (Dt 8:7,8).
Ø      Por que um sicômoro e não uma oliveira, uma palmeira, uma acácia, um bálsamo ou um carvalho?
Pois é, estou conjeturando sobre a essência, algo que percebo como parte deste mistério – algo alimentado pelo imponderável de Deus.
Na lucubração do meu intelecto há registros de uma comparação entre a participação e o posicionamento daquele sicômoro, com as verdades espirituais contidas no Livro Santo.
Começo aqui a depositar minhas convicções em minha ideação, não sobre a tacanhice de Zaqueu, mas sobre sua insignificante participação, quando comparada à existência daquela figueira em sua trajetória, rumo à Salvação da sua alma.
A Botânica conhece o sicômoro como “fícus sycomorus”. Seu tronco é muito forte e seus galhos crescem muito próximos do chão, formando uma espécie de banqueta a menos de um metro de altura, possibilitando a subida a esta plataforma de onde brotam os ramos e dali, como num tamborete, pode-se melhor olhar os que passam abaixo.
Em não havendo aquele sicômoro no texto, face à pequenez do maioral dos publicanos, Zaqueu não existiria, para nós, cristãos.

Embasado na natureza humana das árvores, para mim é perceptível a correspondência entre seus frutos e as ações de um justo, se em permanente florescência.
Eis minha "Tese", para fomentar o mistério e incitar meus leitores à reflexão e a participarem do jogo:                                                              
“AS ÁRVORES FRUTÍFERAS SÃO COMPARADAS ÀQUELES DE NÓS, CUJAS ATITUDES, CONDUTA E AÇÕES (FRUTOS) ENSEJAM SALVAÇÃO AOS PERDIDOS”
Fui por ai, disposto a tornar relativo o valor daquele homem corrupto na narrativa bíblica, ante a presença marcante daquele sicômoro,
Enquanto Zaqueu, uma ovelha salva dentre as perdidas de Israel, é cantado em prosa e verso, para realçar sua atitude, quase nada se comenta sobre a Salvação obtida como conseqüência da missão especial de Jesus na terra, a Quem convinha buscar um encontro em sua casa (Lc 19:5b).
Nem mesmo o sicômoro que ensejou tal encontro mereceu do Dr. Lucas, a ênfase apropriada. É neste aspecto do mistério que repousa o meu descortino, a minha percepção. Se o evangelista não destacou o posicionamento daquela figueira, eu o faço nesta mensagem, por ver na sua participação algo além do palpável, do objetivo, a parte não-perceptível do mistério com o qual me defronto neste jogo que me encanta e fascina.
Não me toco para uma questionável carência espiritual daquele pecador, pois estou convicto da sua insatisfação e desespero com o que fora recomendado no batismo de João.
Percebi muitas coisas e muito aprendi com a Botânica Bíblica.
A árvore, como toda a criação, foi criada por Deus segundo a natureza humanaAo homem, disse Deus, que todas as árvores em que houvesse frutos e dessem sementes, lhe seriam para mantimento (exceto a árvore do conhecimento do bem e do mal) e, para que fixássemos esta comparação, a Palavra diz que a nossa vida assemelha-se a um período de semeadura, quando o reino de Deus é comparado, no Evangelho de Mateus, a um homem que semeou boa semente em seu campo (Mt 13:24).
Em (Lc 8:11-15), temos a percepção de que a Verdade está sendo comparada  ou corresponde a uma semente, e os homens, ao lugar onde é semeada. Se em boa terra, ela frutifica com perseverança, produzindo a cem, a sessenta e a trinta por um (Mt 13:23).
Suas folhas representam o conhecimento – no justo significam o conhecimento da fé;
As flores representam a sabedoria – no justo é a intenção, o prazer de ser útil, o amor ao próximo (altruísmo);
As sementes relacionam-se a tudo aquilo em que se acredita – no justo são as verdades espirituais contidas nas Escrituras Sagradas.
Deus oferece, a cada um de nós, justos, a possibilidade e a oportunidade de gerar a regeneração, como ocorreu com Zaqueu.
Assim como na semente da fruta há todo um esforço para ser gerada uma árvore, todo homem deve se esforçar para se tornar mais espiritual e eterno, como as palmeiras, as oliveiras e os sicômoros – como aqueles sicômoros reconhecidos nos versos do poeta Augusto dos Anjos, em seu poema “MATER”:

Clara, a atmosfera se encherá de aromas
O sol virá das épocas sadias
E o antigo leão que te esgotou as pomas
Há de beijar-te as mãos todos os dias!

Quando chegar depois tua velhice
Batida pelos bárbaros invernos
Relembrarás, chorando o que eu te disse
À sombra dos SICÔMOROS eternos.

É do crítico literário André Cerviskis uma mito-crítica da obra lírica da escritora-poetisa Lucila Nogueira (EMILCE) em que, simbolicamente, faz da presença daquelas três árvores, algo significativo para que seja entendida a relação entre a divindade e a natureza humana das árvores:
v      As palmeiras simbolizam a grandeza, a soberania, a transcendência do Criador. Elas são árvores gigantes, incólumes, que chamam nossa atenção pela sua altura quando, altaneiras e imponentes, parecem tocar o céu, o trono de Deus;
v      As oliveiras simbolizam a união do ser humano com o divino. São árvores bíblicas, importantes na cultura judaica. Diz o crítico: Elas produzem o azeite com que se faz o pão ázimo, sem fermento (Ele cita Elias e a viúva de Sarepta) e foi usado para ungir reis e profetas e curar o samaritano da parábola.
v      Os sicómoros simbolizam o encontro do indivíduo com o seu destino. São árvores frondosas, fortes, grandiosas, nas quais os cristãos repousavam (sob e sobre). Diz o crítico: Jesus encontrou Natanael debaixo de um sicômoro; Davi descansava sob um sicômoro quando Samuel o procurava para lhe tornar rei.
Quantos estão, hoje, necessitando urgentemente de uma vida de frutos, como o cético Natanael em (Jô 1:48) que precisou seguir a Felipe para abandonar sua vida infrutífera?
Quantos estão por ai, descansando sob um sicômoro, sendo observados por Jesus, mas sem ter um de nós, um Filipe, para lhe ajudar a encontrar o seu destino; para que esses, depois de serem chamados pelo nome, por Jesus, produzam de imediato, como Natanael, um bom fruto – o fruto do reconhecimento (Mestre tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel!).
E quantos de nós, cuidados, amparados e sustentados por “sicômoros como Jessé”, sem que saibamos, estamos sendo observados por Jesus, quem sabe até, para liderar o povo de Deus?

Deixo aqui para o desenvolvimento de um sermão, uma frase de transição e três tópicos alinhados com o mistério contido na existência daquele sicômoro no texto bíblico “Zaqueu o publicano” (Lc 19:1-10)

"Frase de Transição": Para ensejar Salvação aos perdidos, como o sicômoro do texto, depois de plantado, o crente precisa estar...
1)      Arraigado em amor (Ef 3:17-19), (Mt 15:13-14)
2)      Alimentado e nutrido pela Palavra de Deus (Sl 1:1,2), (Jô 6:57), (1Tm 4:6)
3)      Posicionado do modo que Deus quer (Sl 1:3), (Jr 17:8), (Jô 15:4,8)

Eis o "Objetivo Específico" desta minha postagem:

Desejo que todos os leitores deste blog,  alimentados e nutridos pela Palavra de Deus, estejam sempre posicionados como o Senhor quer, para que possam, da mesma forma que o sicômoro do texto, proporcionar aos perdidos o encontro com o Nosso Salvador.

Alberto Couto Filho

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